quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.
- Bom, Ruim, Assim Assim

Quer saber de uma coisa? Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim assim. Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem. Bom é chegar na praia à tardinha, anuncio de por de Sol, a água de ondas mansinhas Jogar bola na espuma e sob o céu encaixa como se fora Tafaréu.
É bom também quando começa a chover, e as gotas fazem cócegas na superfície do mar como se um cardume infinito prometesse matar a fome de todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral.
Ruim é lembrar aquele amigo que de prancha na mão morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança a correria, o medo... O medo... Medo é bom, ruim é o medo de ter medo!
Bom voltar trocar chuva por chopp e passar atrás da pelada a bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você que mata no peito faz embaixadinha e devolve redondo... Num chute perfeito
Ruim é a fisgada na coxa sair mancando disfarçadamente...
A vergonha de ta decadente não é ruim, ruim é o orgulho que se nega a reconhecer a decadência.
É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar, e nesse lugar você tem uma obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão traçando um dia perfeito no arco do tempo.
Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade, ruim é não ter saudade, e como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade.
Pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você.
Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar.
O fim de um grande amor é muito, muito ruim, um grande amor não tem fim!
Bom é amar, ruim é amar... Bom é encarar a vida com fantasia.
Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar que tudo pode solucionar...
Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim...
E pode ser bom falar sobre bom e ruim, e pode ser pior assim assim ... Bom!

Por um momento apenas...


Quero um pedacinho de tempo para poder descansar esse peso do mundo que estou sentindo em meus ombros ...Um tempo onde não me perguntem nada, nem me peçam nada, apenas me permitam o direito de dar vazão ao pranto que venho engolindo com o café-da-manhã ,enquanto visto a máscara de "olhem como sou valente e forte" .... Quero ser a criança que pode chorar livremente até que me ponham no colo, restabelecendo assim, o equilíbrio que necessito para dormir em paz. Quero me aventurar na busca dos sonhos, sem ter que vê-los pintados com as cores do desânimo, ou coloridos com as cores do impossível... e quero poder brincar com meus sonhos como se fossem massinha de modelar ilusões .... lambuzar neles meus dedos, até decidir quando precisam se desfazer ... Quero ter companheirismo também nas horas em que tudo parece ter se perdido, e encontrar apenas um ombro onde possa repousar meu cansaço, um ombro que seja silêncio e carinho. Quero deixar que me invada toda a dor do mundo neste instante, porque ela é minha, real e única, e que como tal seja aceita e compreendida ... mesmo que eu ainda não saiba lidar com ela ... E quero poder dizer : - Está doendo sim ! Sem assustar ninguém, causando uma revolução tão grande que meu mundo pareça ainda mais desabitado . Seria possível? Daqui a pouco tudo vai parecer diferente e novo, eu sei. Vou secar os olhos e vou à luta outra vez e da dor hei de ressurgir mais forte ... Porque sou noventa e nove por cento matéria que dificilmente se desintegra . Então, por favor , por um momento apenas, neste meu pequeno momento humano, neste "por cento" de fragilidade, quero ser igual a todo mundo e chorar ...


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

As janelas da vida estão abertas para amores, decepções... Para pessoas que não sabemos se são certas na hora de amar, compreensivas na hora de ajudar, 
sinceras na hora de conversar, verdadeiras na hora de desejar, aconchegantes como as noites de luar, firmes como o chão que queremos pisar, sensíveis como a melodia que insiste em nos tocar, inconstantes na hora de caminhar. Como saberemos então se as pessoas que encontramos são certas ou erradas? 
Nunca saberemos... O essencial é amar, amar muito, amar sempre, e ver com os olhos da alma.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009




O que fazer quando a saudade bater na porta? Ás vezes somos deparados com situações difíceis de serem enfrentadas, uma delas, é a saudade. De acordo com a enciclopédia Wikipédia, Saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ou possuí-lo. Podemos sentir saudade de diversas coisas: de alguém que já se foi, alguém que amamos e que está longe, amigo querido, lugares, comidas... etc...etc.... Mas a que mais dói... A que mais marca dentro de nós, é a saudade... a falta de alguém que já se foi... lembranças, momentos vividos, histórias marcantes. Ao passarmos por essa terra, temos em nós a escolha de como queremos que seja a nossa vida, Deus deu ao homem o livre arbítrio, somos responsáveis pelos nossos atos, cabe a nós a oportunidade de decidir o que queremos ser, o que fazer, nessa decisão escolhemos o melhor para nós, buscamos o ápice, o sucesso, atingir um nível em que nos venhamos sentir satisfeitos, felizes, e realizados. No ato dessa vivencia, deixamos nossa marca, tudo o que fazemos, tudo o que pensamos, influencia na nossa qualidade de vida, no nosso bem estar emocional, social, na nossa felicidade... e assim vamos vivendo... atores, espectadores.... comediantes... cada um vai escolhendo o seu papel, muitos escolhem ser espectadores, gostam de ver a vida passar por eles... esquecem de que a vida foi feita pra viver... já outros, preferem ser atores, gostam de viver, ir em busca de algo, saem da "zona de conforto", nao tem medo do desconhecido... arriscam... e outros já fazem da vida uma comédia... nem preciso falar deles... tudo pra eles é só alegria... E nessa escola da vida, nesse "palco", já aprendi muito, já fui espectador, já fiz da minha vida uma comédia, e hoje resolvi ser ator... é... isso mesmo, resolvi viver de verdade, arriscar, aprender... muitos foram professores para mim, deixaram exemplos de perseverança, de fé... marcaram aqui a sua passagem, de perto ou de longe, parentes ou amigos, deixaram lembranças, momentos vividos, ás vezes essas lembranças vem à tona, a saudade aperta, o coração não agüenta... um filme começa a passar em nossa mente, a imagem da pessoa, a sua voz, o seu olhar... a sua presença... sentimos a falta da pessoa que tanto amamos... o que fazer? que medida tomar? não existe nada que possa curar isso... "curar" essa saudade... essa falta... palavras não são suficientes para acalmar a nossa alma, as palavras são transformadas em lágrimas, expressando o que está sentindo... o que está passando dentro do coração... ultimamente estou passando por isso, sinto falta de amigos que estão longe, pessoas que marcam a sua existência em nossas vidas, as amizades sinceras, amigos, tios, tias... parentes.... e, principalmente alguém que já se foi... alguém especial e vou me deparando com duas situações a serem tomadas: contentar com o presente ou remoer o passado? os dois, vivo o presente, pensando no futuro e remoendo o passado, lembranças de bons momentos vividos, a saudade vai apertando no peito... os olhos não conseguem segurar mais as lágrimas vindas do fundo da alma... vindas do coração, a única coisa que possamos fazer é pedir a Deus a aceitação, eu passei, passo e você também passará... o que poderemos fazer para continuarmos a viver? a viver em paz... o Criador, o Autor da nossa história é que dá o consolo, a aceitação, aceitar que temos que continuar a viver e, ter a certeza que um dia encontraremos nos céus,. Deixe a saudade entrar, chore, deixam as lágrimas rolar... relembre! mas não pergunte Deus o porquê a pessoa partiu... apenas aceite que foi chegado a hora... um dia também partirei, você partirá, nós partiremos desta terra... e encontraremos lá no Céu... e Mataremos essa saudade!!!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

...Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada...


E o pior que é bem assim que tudo acontece. :~



Quand il n'y aura plus rien qui chavire et qui blesse,

Et quand même les chagrins auront l'air d'une caresse,

Quand je verrai ma mort juste au pied de mon lit,

Que je la verrai sourire de ma si petite vie,

Je lui dirai "écoute ! Laisse-moi juste une minute..."


Juste encore minute, juste encore minute,

Pour me faire une beauté ou pour une cigarette,

Juste encore minute, juste encore minute,

Pour un dernier frisson, ou pour un dernier geste,

Juste encore minute, juste encore minute,

Pour ranger les souvenirs avant le grand hiver,

Juste encore une minute... sans motif et sans but.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


Assim, depois de muito esperar,um dia como qualquer outro decidi triunfar.
Decidi não ficar à espera das oportunidades e fui procurá-las.
Decidi ver cada problema como a oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
E ver cada dia como a oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que o meu único rival eram apenas as minhas limitações e que elas são a única e melhor forma de me superar.
Descobri que não era o melhor e que talvez nunca tenha sido.
Deixou de me importar quem ganhara ou quem perdera, agora simplesmente me importa ser melhor que ontem.
Aprendi que o difícil não é chegar ao topo, mas sim nunca deixar de subir.
Aprendi que o maior sucesso que posso alcançar é ter o direito de chamar alguém de "amigo".
Descobri que o amor é mais do que uma simples paixão... É uma filosofia de vida.
Aprendi de que nada serve ser luz se não for para iluminar também o caminho da humanidade.
Aprendi que os sonhos são apenas para transformar em realidade e desde esse dia que não durmo para descansar.
Agora apenas durmo para sonhar.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A dor que mais dói.

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.